puxa-me uma corda
perco vida
tempo.

Mãos que são imundas,
reptilianas,
e como se não bastasse, com bocados de peças mecânicas , mãos que me puxam para uma dança de morte , de concertinas e um ambiente folclorico-macabro.

Quero subir ao mais alto escadote de madeira ,por cima da copa verde das árvores e gritar:

QUE SE FODAM OS MONTROS E AS BESTAS E O CÉU DE ESPERA E AS LÍNGUAS BIFORCADAS QUE ESPREITAM NAS ESQUINAS

QUE SE FODAM AS PESSOAS E OS BOCADOS DE FRUTA PODRE QUE ME CURVO , IMUNDO , PARA COMER.

QUE SE FODA O TEMPO

QUE SE FODA A MORTE , A ESPERA , A CESTA COM MAÇÃS VERDES

QUE SE FODAM OS PLANOS PARA MAIS LOGO , PARA AMANHÃ , PARA DEPOIS , PARA NÃO ANDAR AQUI SÓ PORQUE SIM

QUE SE ANDE AQUI SÓ PORQUE SIM

QUE SE ME CORTE A CARA QUE SE ME CORTEM OS OLHOS E NÃO TE VEJA MAIS

QUE SE ME CORTE ESTE MEDO QUE ME CORTA O A VIDA O TEMPO O SOL A PELE E O CORAÇÃO .

Sem comentários:

Enviar um comentário