are we
                                                                  starting to change
                                      
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violence
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are you
starting to change
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are you

tartaruga 2

eu sei lá o que é
qualquer coisa
rodear dançar desvelar suavemente a meia luz,olhar misterioso de uma alma com medo resgado nos olhos, e olhos de lágrimas de um sempre que já não existe.

eu sei lá o que é

qualquer coisa.

um coração existe e é qualquer coisa mais do que alguma vez eu possa saber.Ainda me lembro como me vou lembrar um dia de como é saber o que é gostar. hoje sei que não sei mais do que adivinhando-o a meia luz. perfeição estética falha abissal negro profundo e cristal de uma alma que só conhece palavras.

Como eu sei como dou,e que nunca dei. Um dia recebi e não quis.E como eu sei que estou farto de dar. E como eu sei como falo uma linguagem só minha.Como eu sei que quando recebi não quis.


um dia.
algures vestidas de chuva, algumas folhas vivem de verde e verdade, escorrem na ponta reflectidas as gotas de àgua que criei.e como eu sei que me comovo,e como eu sei que exposto sinto amor por ás vezes não acreditar que fui eu que as criei e que delas cuidei. Eu que não sei dar,eu que não posso saber cuidar. Eu que me alimento de dor, e que um dia cuidei.
O vento não tardou, como eu sempre soube.

Foi mais um dia de chuva,
febre e ilusão que sou.

vermelho intenso se servir para sentir,sorriso sincero se servir para mentir.

para sempre, perder.

triste sedimentação

Já procurei.
Tudo.
Demais.
Em todos vocês .
Não despertem agora.
Não esperem .
Não argumentem , que não há avaliações erradas para quem desesperou.

Revolvi-vos.
Deixei-vos a céu aberto.
E nada reluz quando a lua desce.

tudo

feitiço
não costumo ser assim
cair cair e vocês
máquinas que me ultrapassam
vocês
são mais do que eu possa perceber
os vossos sorrisos ultrapassam-me
e o tempo passa por mim e a morte enleia-se na minha cara
ao de leve
mais uma noite

só mais um dia aqui
assim
o que eu quero saber?
o que querem de mim?
o que eu quero que queiram de mim?
tudo.

island of he

encontrar tudo aqui, para que nunca tenha que partir?
todos os dias duas marés, 22000 azuis 4000 ondas, milhares de conchas e tartarugas e o meu coração congelou.

na minha ilha não planto mais sementes,não aguento que mais nenhuma morra sem ver um bocado de mar.

nota

há uma viagem à minha frente e a calma enche-me o peito até adormecer;
há uma viagem à minha frente e a urgência de tudo num momento estremece-me.

há um destino, e consciência da inevitável inutilidade dele.
há um percurso, e o latejar consciente do adiamento de tudo.

astellar

não apareças nunca por favor, para bem da estética perfeita deste sofrimento.
até dares lugar enfim à calma de não ter vontade. Só a suficiente, para me obrigar a pensar que um dia irei ter vontade de querer.

negro

farto das vossas mais-de-do-que pequenas conquistas tão mas tão pessoalmente unicamente e ilusoriamente celestiais , azul e negro profundo que nunca hão de sentir ou merecer imaginar puta de travo nenhum.

farto da forma como enlaçam qualquer luz que eu possa criar,como dependo de vocês,como me controlam e me põe em espera, metal metal metal metal e sangue.E eu que vos crio. E eu que vos desejo. E eu que sofro porque não vos tenho. E eu que sei a merda que vocês são.

Ingenuidade que é desespero disperso para que contido não me faça não caber em mim de sofrimento por um ideal puro demais,previsível demais, estúpido demais para poder ser verdade - metal metal e sangue,estrelas mortas dispersas depois de dispersas depois de dispersa depois de dispersas.... até que dispersos de qualquer ingenuidade dispersa,sangue e metal se unam e me agarrem ao chão e me digam mais uma vez...apaga mais uma luz,ou apagamos nós á força.

previsível que era tudo aquilo que me revolta hoje nas coisas que vos vi fazer ontem, e que me deixa por isso sem direito sequer à puta da dignidadezinha da revolta. Sempre a merda da consciência. Sempre a merda da noção clara do desfecho de tudo em segunda linha de pensamento. Sempre o fechar o olhos à consciência em primeira linha de pensamento.
E foi sempre e só desespero.

Uma a uma , as luzes apagam-se.
quero acreditar que quiseste fechar os olhos
paisagens interiores?
encenada explicação.

preciso como tu de mais imagens para viver
pensei que também isso fosse contornável
mas elas não vieram
encenada criação

restam-me as que poucas que tenho
nunca pensei que existisse
este eu que me escrevo


da luz que foste só resta calor
espera que eu um dia o sinta

saudades do futuro.

poucas coisas sinto de forma tão intensa como esta ansiedade pontual de querer estar, ser , ser sítios , ser pessoas , ser música que acompanha este sonho subjectivo , ser isto mais real que nunca. Hiper-emocionalidade. Hiper-realidade emocional de contexto subjectivo - Palavras frias demais. Quente . Brilho . Luz . Canto . Certo. Verdade . Calma . Plenitude . TU . EU . NÓS . Saudades do futuro.
"ninguem aqui está sozinho"

está tudo errado
o inverno.
os jornais
os bancos de jardim cobertos de neve
os bolos a sair do forno

os barcos que chegam
os barcos que chegam

casa.
somos pessoas foda-se.
casa.
brilho nos olhos?
quente?
quero tão demais estar
quero tanto fazer
quero tanto chegar a casa
mas os dias continuam a fugir de mim.

somos.

cada um por si
num mundo fora de tempo.
os sorrisos quentes são coisas do passado
agora já nada é feito sem contemporaneidade estética
fui eu próprio que a construí.
mas não a posso desfazer sozinho.

tartaruga

Inverno. Como o olhar dos cervos, atento. Peço a quem senão a nada, que é mais do que tenho. Sei que peço no vazio, com abuso, e peço. Peço por magia. Quero que aconteça. Quero que tudo deixe de existir. Quero que o tempo se perca. Quero que a morte se perca. Quero que amanheça contigo. Quero que seja eu quando amanhecer. Quero que seja depois do tempo. Quero que o céu seja êxtase e mais do que magia e nada mais do que é.

Algures no infinito que sou
cheguei a tempo de perceber
que quero anoitecer contigo.

Com quem?
Contigo.
Com quem?
Contigo.
Com quem?
Contigo.
Com quem?
Contigo.



Não gosto de palavras. Cada palavra que escrevo sinto que não tem a ver comigo, cada palavra que me ouço dizer sei que não sou eu ali.
consciência adormecida
planeamento
medo da morte
medo da vida
medo de mim

queria ter-te amado de olhos fechados.
























sdfgh